quinta-feira, 31 de maio de 2012

Memorial do Convento - Estrutura



A análise de Memorial do Convento permite verificar que existem duas narrativas em simultâneo: uma de carácter histórico - a construção do convento de Mafra - e outra de carácter fictício - a construção da passarola que faz parte da história de amor entre Baltasar e Blimunda.

A acção principal diz respeito à construção do convento, mas nesta encaixam-se outras acções, constituindo diferentes linhas de acção que se articulam com a primeira.

1ª linha de acção: Rei D. João V - Envolve todas as personagens da família real e está relacionada com a segunda linha de acção, pois a promessa do rei é que vai possibilitar a construção do convento. A corte e o convento são os espaços principais desta linha de acção.

2ª linha de acção: Construtores do convento - Esta segunda linha vai ganhando relevo e une a primeira à terceira pois embora o convento seja "obra e promessa" do rei, apenas se realiza com o sacrifício dos homens, que são representados por Baltasar e Blimunda. Nesta segunda linha glorificam-se os homens que se sacrificam e passam por dificuldades, mas que também as vencem.

3ª linha de acção: Baltasar e Blimunda - Esta linha relata uma história de amor e o modo de vida do povo português. Baltasar e Blimunda são os construtores da passarola; a figura masculina é também, mais tarde, construtora do convento, constituindo-se paradigma da força que faz mover Portugal - a do povo.

4ª linha de acção: Bartolomeu Lourenço - A quarta e última linha relaciona-se com o sonho e o desejo de construir uma máquina voadora: a passarola. Articula-se com a primeira e segunda linhas de acção, pois o Padre Bartolomeu Lourenço serve como um mediador entre a corte e o povo. Também se enquadra na terceira linha pois o sucesso da passarola depende também da tarefa de recolher vontades de Blimunda.

Sem comentários:

Enviar um comentário